Análise do discurso de horóscopos

Este artigo foi apresentado na Universidade Federal de Minas Gerais/Faculdade de Letras no curso de "Análise do Discurso" no ano de 2007.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.
Introdução
O horóscopo é um gênero textual que está presente nos jornais, nas revistas e nas rádios. Ele possui grande aceitabilidade do publico leitor e dos ouvintes, em virtude de conter informações que o leitor/ouvinte quer-saber. Nesse ensaio analisaremos a construção discursiva desse gênero nos jornais e nas revistas e mostraremos como o sujeito comunicante e o sujeito interpretante são parceiros em uma relação contratual. Charaudeau disse que eles estão “implicados no jogo que lhes é proposto por uma relação contratual”.(CHARAUDEAU, 2001:30), pois o contrato de comunicação é o saber compartilhado sobre a finalidade de comunicação. É por intermédio dessa relação contratual que o sujeito comunicante se apresenta como um “parceiro que detém a iniciativa no processo de produção do discurso”.(idem, p.31), e tal produção discursiva tem como o objetivo levar o sujeito interpretante ao crer-ser verdadeiro o seu discurso, já que este “é o parceiro que tem a iniciativa do processo de interpretação”.(idem, p.32). O sujeito comunicante está em uma função de fazer-saber, na maioria dos discursos do gênero textual Horóscopo, como veremos na análise, por isso escolhemos como base teórica, para análise dos textos, as visadas discursivas, teorias de Patrick Charaudeau. Analisaremos duas revistas femininas, Cláudia e Todateen, e dois jornais, um de circulação nacional e outro de circulação regional.

As visadas discursivas
O texto é o produto de uma ação comunicativa, isto é, a pratica discursiva, e esta é um processo de comunicação que inclui a finalidade, a identidade (quem fala com quem), o dispositivo físico, o espacial e o temporal(aqui, ali, lá, agora). Veremos, através da análise do horóscopo nas revistas e nos jornais, que o narrador constrói o discurso tendo um público alvo e delimitado e, é para este que o sujeito comunicante tem a finalidade de fazer-saber, enquanto o interesse do sujeito interpretante é o querer-saber justamente aquilo que o locutor diz. Há um contrato de comunicação entre ambos e esse contrato está incluso um o saber compartilhado.

As visadas têm um papel importante para a comunicação, porque elas “determinam a orientação do ato de linguagem como ato de comunicação em função da relação que o sujeito falante quer instaurar frente ao seu destinatário”.(CHARAUDEAU, 2004:13). É nessa perspectiva mostremos como se dá a atuação do Eu Comunicante no horóscopo frente ao Sujeito Interpretante, que é variado. Veremos, através dos textos, que necessário ter um saber sobre o modo de falar, para que o diálogo se instaure e se torne regular. São as regras sócio-comunicativas. O sujeito Comunicante do horóscopo domina essas regras e sabe que seu discurso deve ser breve e objetivo, principalmente em função do pequeno espaço que lhe é destinado no jornal ou na revista para construir o discurso. Ele precisa organizar o discurso de forma objetiva e pratica, para um leitor que busca informações exatas e verídicas e em um curto espaço de tempo. As visadas discursivas têm a finalidade organizar o discurso. Normalmente, nos horóscopos, o Sujeito interpretante está situado na visada discursiva de solicitação, querer-saber; enquanto o Sujeito comunicante está situado na visada discursiva de informação, fazer-saber. Antes de entramos na análise dos textos do gênero textual horóscopo, faremos uma breve introdução sobre as visadas discursivas, principalmente sobre as seis visadas que foram propostas por Charaudeau.

As visadas discursivas dizem respeito ao modelo de discurso que é construído com o objetivo de informar, incitar, prescrever, solicitar, instruir e demonstrar. Elas “correspondem a uma intencionalidade psico-sociodiscursiva que determina a expectativa(enjeu) do ato de linguagem do sujeito falante e, por conseguinte, da própria troca linguística. As visadas devem ser consideradas do ponto de vista da instância de produção que tem em perspectiva um sujeito destinatário ideal, mas evidentemente elas devem ser reconhecidas como tais pela instância da recepção. É necessário que o locutor e o interlocutor possam recorrer a ela. As visadas correspondem, assim, a atitudes enunciativas de base que encontraríamos em um grande Corpus de atos comunicativos reagrupados em nome de sua orientação pragmática, mas além de sua ancoragem situacional”.
CHARAUDEAU, 2004:23.

Como se pode ler na citação acima, as visadas têm um destinatário ideal e é devido a essa característica que ela é útil ao horóscopo. Veremos, na analise do corpus, que o Sujeito Interpretante tem um perfil traçado pelo Sujeito Comunicante [1], ainda que várias classes sócias leiam os horóscopos nos jornais e revistas, ainda assim o EUc direciona seu discurso a um interlocutor especifico. Quanto à necessidade do locutor e do interlocutor recorrer às visadas, como diz Charaudeau, é que o EUc quer fazer-saber, enquanto que o Sujeito Interpretante[2] está na posição de querer-saber. Para esclarecermos um pouco sobre a citação acima, passaremos às seis visadas: a visada da informação ocorre quando o EUc quer-fazer-saber, isto é, quer informar ao Tu sobre algo que ele julga necessário que o Tu saiba. Enquanto que o “Eu se legitima como o detentor do saber, o Tu se encontra na posição de dever-saber [3]” alguma coisa sobre existências de fatos, ou o porquê eles surgiram. A visada da instrução diz respeito ao fazer-saber-fazer, em que o Eu quer orientar o Tu, pois aquele “se encontra ao mesmo tempo em posição de autoridade de fazer saber [4]” e o Tu na posição de dever-saber-fazer. Na visada da instrução podemos rememorar o professor que é responsável pelo fazer-saber-fazer e pelo fazer-saber, enquanto que o aluno recebe as informações e instruções e as põe em prática, passivamente, por meio do dever-saber e o dever-fazer. A terceira visada é a da demonstração, que tem que ver com as provas da verdade que o Eu apresenta ao Tu; este está na posição de ter que receber e “avalia uma verdade [5]”. A quarta visada tem que ver com a prescrição, em que Eu “mandar-fazer”, prescrevendo o que o Tu dever fazer, agindo como autoridade que sanciona e o Tu “se encontra, então, em posição de dever fazer[6]”. A quinta Visada proposta por Charaudeau é a da solicitação em que o Eu quer-saber. Ele se apresenta em posição de inferioridade ao Tu; este “está na posição de autoridade de dever responder a solicitação[7]”. A ultima visada é a de incitação, em que o Eu não se encontra na posição de autoridade, mas manda-fazer por meio do fazer acreditar – por persuasão ou sedução.

A nossa pressuposição sobre o discurso do horóscopo é de que há um engajamento do sujeito Comunicante. Ele se posiciona na escolha dos argumentos ou das palavras, numa modalização avaliativa do seu discurso. Há, também uma estratégia de captação que visa seduzir ou persuadir o parceiro das trocas comunicativas de tal modo que EUc vai entrar, através do pensamento, no ato de comunicação, compartilhando, pois, a intencionalidade, os valores e as emoções de que EUi, como observa Maingueneau[8]. Veremos isso na análise dos horóscopos da Revista Todateen, na qual tal ocorrência é mais explícita, uma vez que o EUc “assumi” a personalidade das adolescentes por meio de uma linguagem que é própria desse grupo social.

Os horóscopos serão analisados a partir das perspectivas das visadas discursivas. Mostraremos que os fundamentos teóricos das visadas se faz presente na construção do discurso dos horóscopos, principalmente pela visada da informação e pela visada da instrução. As visadas permitem que a enunciação seja legitimada e que o discurso seja validado “por aquilo que ele diz e por aquilo que ele silencia”, como diz Focault. Assim observamos que essa citação é pertinente ao discurso do horóscopo, uma vez que ele é validado por aquilo que fazer saber. Como se observará nos horóscopos abaixo, o discurso está fundamentado pelo efeito de verdade. O EUc tem a intenção de fazer-crer que seu discurso está pautado pela verdade. Citar p. 49 discurso das mídias de Charaudeau. Os leitores desse gênero textual horóscopo não questionam o que Pêcheux chama de imagem de A em B, isto é quem é ele para que me fale assim, devido ao efeito de verdade contido no discurso. Então o EUi “aceita” o discurso do EUc como uma verdade inquestionável. Aquele crer-ser verdadeiro as informações e instruções contidas no discurso deste. É pela modalização veridictória que se faz com que a relação entre o sujeito (leitor) e o objeto (horóscopo) esteja articulada no nível da verdade: crer-ser verdadeiro o discurso do sujeito comunicante. Outra afirmação que podemos fazer sobre a veridicção no discurso dos horóscopos diz respeito ao que Aristóteles enumera como três qualidades que inspiram a confiança no discurso, que são a “Arete, a Phónesis e a Eúnoia”(EGGS apud Amossy, 2005:32). Isso significa que o EUc tem um ar ponderado, se apresenta como um homem simples e sincero, formando uma imagem agradável de si, isto é, essa imagem é construída pelo sujeito interpretante, o Tu, como um Eu sábio, bom, solidário e sincero.

Analise do corpus
Começaremos a análise do corpus, horóscopo, a partir de duas revistas femininas. Elas começam o gênero, supracitado, com o signo Escorpião, uma vez que ele é o signo do mês de novembro, no qual foram publicadas. Percebemos que o contrato de comunicação entre o EUc e o EUi é igual nas duas revistas e o que difere uma da outra é a representação social, devido a faixa etária do público-alvo. Uma se dirige às adolescentes e a outra às mulheres maduras. Com relação ao contrato comunicacional nas revistas femininas, Melo diz que ele é estabelecido a partir do momento “em que o jornalista(no nosso caso, o astrólogo) – Eu comunicante -, assume a postura de um enunciador que não se “esconde” ou se apaga por trás da notícia , como costuma acontecer no contrato de comunicação jornalístico, mas que, pelo contrario, faz questão de se mostrar como amigo, confidente, alguém intimo da leitora, que conhece seus problemas, desejos e anseios a fundo e tem as respostas que ela procura. A consumidora da revista(do horóscopo), por sua vez, assume, no circuito interno, a imagem de uma mulher que está em busca de algo, que pode ser o sucesso profissional, a satisfação consigo mesma, ou a realização no relacionamento amoroso. E, em síntese, alguém cheia de expectativas, e que conta com a ajuda da revista(horóscopo) para concretizá-las”.
(MELO, 2006)

Quanto ao EUc se mostrar confidente, amigo e alguém íntimo da leitora é nítido, principalmente, na Revista Todatenn, como se observa pela leitura do signo Sagitários, por exemplo: “desanimada? Never! E hora de fazer justiça à fama de seu signo e levantar seu astral imediatamente(...) batalhe pelos seus sonhos sem encanações ou duvidas”. Já sobre a questão da busca do sucesso profissional é recorrente na revista Claudia, como no signo de leão: “use toda sua criatividade para se dar bem no trabalho e colherá os frutos já nesse mês”. A busca pela satisfação com si mesma é observável nas duas revistas, como em: “chegou sua vez de brilhar! Neste mês, a sorte vai soprar em sua direção e ninguém pode negar que o seu poder de sedução está no auge”.(câncer/Todateen) e “(....) abra espaço para cuidar da beleza, porque os tratamentos vão surtir efeito”.(Capricórnio/Claudia). A respeito da realização amorosa, verificamos as seguintes passagens, em que na revista Todateen lê-se: “quer acertar os ponteiros com aquela paquera ou está louca para encontrar um gato legal? Tenha paciência garota!”.(para Áries) e “as estrela vão dar a maior força para você que esta ficando ou namorando. Clima de puro romantismo com o gato”.(para Touro); e, já na Revista Claudia lê-se o seguinte: “mostre-se mais sedutora com seu amor”, (para gêmeos), e, “na vida amorosa, em vez de exigir de mais do parceiro, experimente soltar as rédeas e deixar as coisas fluírem um pouco”, (para Touro), e “amores do passado podem reaparecer”, (para Virgem).

Quanto à organização discursiva do horóscopo nas duas revistas femininas, percebemos que há predominância dos atos alocutivos que se caracterizam pela presença explicita do interlocutor no ato da enunciação, como o uso do pronome pessoal de tratamento você em: “(...) se você está afim de curtir aquela ferveção, não perca uma balada por nada”.(capricórnio /Todateen), “(...) você vai receber uma porção de convites para sair”.(Aquário/Todateen), “mesmo que você alcance o sucesso, precisará lidar com a crise interna...”.(Áries/Claudia) e “(...) sem clareza, você corre o risco de tomar atitudes prejudiciais”.(Touro/Claudia). O uso do ato alocutivo também se dá pelo uso do verbo no imperativo como em: “(...) batalhe pelos seus sonhos”.(Sagitários/Todateen), (...) aproveite as oportunidades de aproximação para falar com aquele carinha especial”.(Virgem/Todateen), “Tente aproveitar a presença benéfica de júpiter em seu signo”.(Escorpião/Claudia). O uso da modalidade alocutiva, que introduz uma interpelação direta ao interlocutor, sugere uma maior aproximação entre o sujeito comunicante o sujeito interpretante, criando uma intimidade entre ambos. O sujeito enunciador se caracteriza como uma espécie de um amigo ou confidente que se converte em um conhecedor dos segredos e desejos mais íntimos da leitora. Essa intimidade é reforçada, sobretudo na Revista Todateen, pelo uso de uma linguagem informal e jargões típicos da fala dos adolescentes, como nos exemplos: “Desanimada? Never! e, “os agitos com a turma vão revelar belas surpresas e muitas paqueras, por isso, se você está a fim de curtir aquela ferveção, não perca uma balada por nada. Um lance que você espera, inclusive um ideal de um amor, pode virar realidade nessa temporada. Fique antenada”.
Como em todo ato de linguagem, o discurso do horóscopo é ordenado em função de um objeto, isto é, apresenta finalidades tais como informar e instruir. Observamos que nos horóscopos, presentes nas revistas femininas em análise, há predominância da visada da informação e da instrução. Quanto à visada da informação citaremos alguns exemplos, como: “mais popular e encantadora, você vai receber uma porção de convites para sair”, “belas surpresas estão reservadas para seu coraçãozinho”, “as estrela vão dar a maior forca para você que está ficando ou namorando”. Já quanto à visada da instrução podemos perceber em tais passagens: “(...) tenha paciência, garota! Se seu sonho empacar no começo do mês, vai virar na segunda quinzena”, “(...) mas convém ir com calma para não se precipitar...”, “(...) mostre delicadeza, especialmente na primeira quinzena, quando ele estará muito sensível”.
Charaudeau disse que em uma mesma enunciação podemos ter diferentes visadas; isso pode ser verificado no gênero textual horóscopo, em que ora começa com a visada da informação e encerra o texto do signo com a visada da instrução, ou vice-versa. Observamos que no signo [9] câncer(Revista Claudia) há duas visadas. Ele começa com a visada da informação e finalizado com a visada da instrução. Já em Leão(idem) ocorre o contrário, inicia-se com a visada da instrução e finaliza com a visada da informação.

Como havíamos relatado anteriormente, percebemos a construção discursiva dos horóscopos, nas duas revistas femininas analisadas, apresenta as mesmas finalidades, que é informar e instruir. Então o que difere uma revista da outra é a representação social do seu público-alvo. O sujeito comunicante da revista Claudia se dirige ao sujeito interpretante que possui características de uma mulher madura, como podemos observar na seguinte passagem, “amores do passado podem reaparecer”; liberal, “soltar as rédeas e deixar as coisas fluírem um pouco”; moderna e com uma vida social intensa, “o amor e os estudos vão andar juntos” e “será fundamental organizar a rotina em casa e no trabalho”. Enquanto que na revista Todateen o discurso é direcionado a uma menina adolescente, que participa dos “agitos com a turma”; imatura, que precisa deixar “a timidez de lado” e que o “coraçãozinho está em busca de segurança afetiva”.

Assim como as revistas analisadas, nos jornais Folha de São Paulo e Super Notícias o discurso se dá por intermédio das visadas discursivas da informação e da instrução. Elas podem ser observadas em todo os discursos dos horóscopos e as duas podem ocorrer em um mesmo texto. O que difere o horóscopo da Folha de são Paulo do horóscopo do Jornal Super Notícias é que naquele há uma padronização do discurso, na qual os textos dos horóscopos começam com a visada da informação e terminam com a visada da instrução[10], enquanto que o outro jornal não há tal padronização, os textos ora começam com visada da informação, outrora com a visada da instrução.

Na análise discursiva dos horóscopos das revistas femininas vimos que o discurso, apesar de ter uma finalidade de informar e instruir, ele se diferenciava quanto à representação social do público-alvo, devido à faixa etária. Nos horóscopos dos jornais a representação social também é importante e por ter a objetividade de informar e instruir, neles, também há um público-alvo que se almeja atingir pelo discurso. Diferente das revistas femininas, a representação social dos leitores dos jornais diz respeito ao status social. O EUc da Folha de São Paulo se dirige ao EUi membro de uma elite sócio-cultural. Ele pode ser qualificado como um ser intelectual que faz “aventuras no mundo do pensamento, da filosofia”; ‘um homem de negócios’, em que “o sol estará iluminando suas relações com os sócios”; ‘um homem de viagens’, em que faz “viagens pelo mundo do pensamento, da filosofia e, porque não, das viagens geográficas”.(Áries/F.São Paulo). As previsões são direcionadas ao leitor que possui capital-financeiro, que viaja pelo mundo e que é sócio de alguma empresa. Entretanto no Jornal Super Notícias o discurso contido no horóscopo é de um sujeito enunciador se dirigi a um sujeito destinatário de classe popular. Este pode ser qualificado como empregado de baixo escalão que recebe ordens do chefe, como em: “seja mais profissional nestes próximos dias. Use de tato e inteligência para influenciar os superiores”.(Capricórnio/Super Noticias); desempregados, “fluxo benéfico para exames, concursos e testes vocacionais”.(Leão/idem); homens de negócios, que pode ser qualquer pessoa que deseja vencer na vida, como se lê em: “Sua vontade de vencer na vida estará exaltada neste dia. Os negócios deverão lhe trazer ótimos lucros, o trabalho será progressivo”.(touro/idem).
Quanto ao ato alocutivo, percebemos que a relação entre o enunciador e o destinatário no discurso dos horóscopos dos jornais é diferente das revistas, uma vez que a intimidade entre ambos é menor se comparado com o discurso das revistas femininas. Ressaltamos que nos jornais analisados não percebemos um direcionamento do discurso a um gênero sexual especifico, como ocorre nas revistas femininas supracitadas.

Conclusão
Vimos que o EUc tem a habilidade de exercer sua competência discursiva no horóscopo. Ele é capaz de adaptar a certas situações comunicativas para atingir um EUi ideal. Na análise do corpus, comprovamos que o gênero textual horóscopo tem um discurso pautado pelas visadas discursivas, principalmente a da informação e da instrução e que elas “determinam a orientação do ato de linguagem que o sujeito quer instaurar frente ao seu destinatário”, como diz Charaudeau. Essa relação que se constrói entre ambos é firmada por um contrato de comunicação. Mostramos, também que a modalização veridictória é importante no discurso desse gênero textual, pois é por meio dele que se leva o sujeito interpretante a crer-ser verdadeiro o conteúdo do discurso, o que Charaudeau chama de efeito de verdade. O Fazer-Crer e o Fazer-Saber estão contidos nos discursos dos textos analisados e para que aquele seja valido é necessário que o sujeito comunicante tenha um ar ponderado e que se apresente como homem sincero e sábio.

[1] Doravante, EUc.
[2] Doravante, EUi.
[3] CHARAUDEAU, 2004:23
[4] idem.
[5] idem, p.24.
[6] idem, p.23.
[7] idem.
[8] Maingueneau, Dominique,1989:127.
[9] Ver os signos em anexo.
[10] Foi o que constatamos no corpus em análise e em outros periódicos que datam posteriores ao incluso no corpus.

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