8 ano - prova de português com gabarito

Leia.
Texto I

Infância

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
ANDRADE, Carlos Drummond de 

Texto II
80 pés abaixo d'água: Maya fala do trauma

Sete meses após o acidente que quase a tirou a vida, surfista comenta sobre a volta a Nazaré.
Sete meses depois, falamos com Maya durante sua trip para Bali. Perguntamos à surfista sobre as suas memórias daquele dia, tendo se passado tento tempo. 

Restou algum trauma? O acidente mudou sua vida?
Profissionalmente, mudou bastante coisa, mas para melhor. Tive sorte. Recebi mais visibilidade e também mais oportunidades depois do acidente. Uma experiência como essa mexe muito com o lado emocional. Tive sorte de vivenciar tudo isso.
Você pensa muito nisso?
Bem, eu pensei sobre isso muitas vezes na época que aconteceu. Intensamente. Dei muitas entrevistas e todo mundo queria ouvir meus depoimentos, por isso pensava bastante a respeito. Além do mais, fiquei dois meses sem andar e isso não me ajudou muito a esquecer. Mas quando tudo passou, consegui deixar para trás. Raramente falo sobre isso atualmente. Superei.
Tem falado com Burle sobre o acidente?
Sempre. Ele é a única pessoa com quem converso a respeito. Neste ano voltaremos a Nazaré. Estamos planejando muito isso.
Desta vez, eles terão novos coletes salva-vidas, melhores equipamentos nos jets e também uma equipe de resgate dedicada a eles. Para finalizar, perguntamos à Maya que tipo de emoções ela sente em surfar não apenas ondas gigantes, e sim as impossíveis...
https://www.redbull.com/br-pt/maya-fala-do-trauma
Questão 1.
O que é relatado em cada texto?

O primeiro contém um relato de Carlos Drummond de Andrade sobre sua infância, assim como suas experiências com a prática leitora. O segundo relato, contém a narrativa de Maya Gabeira sobre a prática de surf em um dia de mar revolto em que Pedro Scooby, Gordo, MCNamara, assim como a própria narradora passaram por grande perrengo no mar agitado.

Questão 2.
O texto 2 é a transcrição de uma parte da entrevista da surfista Maya Gabeira. Transcreva passagens do texto que indicam que é um relato oral.
Falei: “Não, eu vou surfar primeiro”. Eu estava no jet com o Scooby. Aí fiquei quieta, ele me levantou, entrou uma onda muito maior

Questão 3.
Que características comuns os dois textos apresentam?
Relato subjetivo; narrado em primeira pessoal; verbos predominantemente no passado; experiências pessoais.

Questão 4. 
“Aprendi muito com os amigos, e tenho pena dos jovens de hoje que não desfrutam desse tipo de amizade crítica”. O que Carlos Drummond quis dizer nessa fala?

Drummond nos relata que seus amigos recebiam seus textos por meio de uma leitura crítica. Na atualidade, as pessoas são avessas às críticas construtivas. Além disso, não se reúnem para praticar a leitura e trocarem experiências.

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