A casa assombrada

Era uma sexta-feira treze. Um jovem chamado Néas, que se considerava corajoso e forte, apostou com uns amigos que passaria a noite numa casa abandonada. Aposta aceita; então eles acompanharam o menino até o lugar em que ficava a casa. Chegando lá, eles deixaram o garoto próximo à porta da frente e foram embora. No terreno vizinho havia um grande cemitério e, na frente, um buraco tão fundo que algumas pessoas diziam que ele parecia dar ao inferno.

Néas entrou na casa. Logo as velas acendiam e apagavam, do nada. O lugar era muito escuro e fechado. Havia pouca ventilação, por isso era possível sentir o cheiro de enxofre. Havia teias de aranha por todos os lados e, quando o garoto olhava para algum lado, via vultos e ouvia risadas escandalosas. Então o menino teve medo. Ele começou a subir as escadas quando – crac! – um degrau de madeira podre se quebrou. Os outros degraus seguiram-se no mesmo ritmo. Néas controlou-se para não gritar. Ele estava com tanto medo que começou a tremer muito. A madeira não agüentou mais e se partiu toda. O menino caiu ao solo e se desmaiou. Ao voltar a si, ouviu novamente uma risada. O garoto suava muito. Em um instante pensou:
— Será o diabo? Será a morte? Algum extraterrestre? Monstro? Ou simplesmente algum pássaro a cantar?

Preferiu focalizar o pensamento na possibilidade dos risos serem o grunhido de algum animal silvestre. Para distrair um pouco e aguardar o tempo passar e ganhar a aposta com os colegas, ele foi procurar um lanche na cozinha. Lá, encontrou todos os ingredientes necessários a um lanche, só lhe faltava o catchup. Procurou... procurou... Por incrível que pareça o molho de tomate estava dentro da pia. O garoto o pegou e colocou no pão, porém o molho parecia meio aguado. Então percebeu que aquilo não era molho e sim sangue. Assustado resolveu ir embora, contudo a porta parecia trancada. Assim, ele se colocou a procurar uma saída e, quanto mais o menino ficava nervoso, mais vezes ele ouvia risadas.
—Não tenha medo, garoto. A morte vai te pegar. Há...há...há...

Então, Néas ouviu passos. Viu uma garotinha toda molhada com uma boneca que caminhava a sua direção. Ela aproximou do menino e lhe perguntou:
—Onde estou? Me perdi da minha mãe.

Atrás dela veio um cachorrinho preto e de repente apareceu a Morte, flutuando com uma foice afiada na mão. Não era possível ver a cara dela. A Morte levantou a foice e preparou-se para matar a menininha; porém o cachorro pulou-se na frente da garota e foi cortado ao meio pela afiada foice. Néas e a menina saíram correndo; a menina se cansou, tropeçou e caiu. Então Néas parou de correr e retornou para socorro a garota; imediatamente, ouviu uma voz de uma mulher. Parecia a mãe da menina. Nesse ínterim, a garota conseguiu escapar por um buraco que havia na janela. Porém a Morte operou um vôo rasante e, - zaz! – arrancou a cabeça de menina e da mãe dela. Vendo a cena, Néas correu... correu... até cansar. Então parou e gritou:
—Meu nome é Néas. Não vou morrer. Não tenho medo.

No dia seguinte, os amigos de Néas foram buscá-lo, mas não havia ninguém: nem na casa e nem fora dela. Eles se assustaram e rapidamente saíram do local. Só o que eles nem se perguntaram se Néas já havia ido para casa. Ao chegarem a casa, resolveram ir a procurar o amigo na casa dele. Chegando a casa do amigo, encontraram a mãe do garoto chorando, devido o filho não haver passado à noite anterior na casa. A mãe pensou que o filho havia sido sequestrado. Os garotos nem quiseram perguntar nada. Correram até a casa abandonada e olharam novamente. Os garotos não viram a ninguém.

Ninguém sabe o que aconteceu a Néas. Dizem que o espírito dele assombra aos jovens que apostam com os amigos que são capazes de passar uma noite em uma casa abandonada.

Maykylaine Rezende dos Santos – Ensino Fundamental

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Edital para Cadastro de Reserva - Magistério nas Unidades do CTPM/2025

Processo Seletivo do Colégio Tiradentes MG 2025

Competências e habilidades de língua portuguesa - organizadas conforme a BNCC.