A vida de Elizabeth Tarloy
Se você é uma pessoa que não gosta de histórias que envolvem morte, tristezas e desilusões amorosas. Por favor, não leia este conto, pois os fatos que serão narrados não são de contos de fadas e tampouco extraídos dos melodramas. Esse conto é apenas uma história de uma garota que se chamava Elizabeth Tarloy que viveu no interior de Minas Gerais. Se há alguma verossimilhança com a famosa Elizabeth Taylor, digo que são meras coincidências.
Era um dia claro e sem nuvens no céu de uma cidade mineira, nascia uma garota que se chamou Elizabeth Tarloy Martins, cuja mãe se chamava Nara Bruk Martins e o pai, Matheus Tarloy Martins. O casal teve três filhos: Andressa Karla, John e Elizabeth. As crianças foram criadas junto aos seus pais, na cidade de Esmeralda. Essa é uma cidadezinha muito simples, pequena e com pequeno número de habitantes, se comparada com cidades vizinhas; é conhecida como cidade dormitório, pois seus moradores trabalham em Belo Horizonte, Betim e Contagem e retornam à noite para dormirem nela.
Na cidade de Esmeralda, havia muitas pessoas que se julgavam melhores, porém Elizabeth se distinguia pela simplicidade, como é característica à cidade. Desde a meninice, seus pais lhe ensinaram que todas as pessoas são iguais, quando são colocadas em igualdade de condições. Por isso ela não tinha muitos amigos: somente na escola que Elizabeth tinha uma amiga de confiança e essa se chamava Thais. Á essa, Elizabeth confessava todos os segredos, inclusive que gostava de um garoto que se chamava Filipe. Esse era aluno do ensino médio. Elizabeth falou a Thais que o seu amor por Filipe era lúdico e por isso achava impossível que ele um dia a olhasse com desejo. Outro empecilho ao amor de Elizabeth por Filipe era a popularidade do garoto. Era de conhecimento de toda a escola que o garoto era muito cortejado pelas meninas, devido à simpatia e a beleza.
Filipe era aluno da mesma turma que a Elizabeth. Aconteceu que numa segunda-feira a professora entregou as provas de Matemática à turma. Elizabeth tirou a maior nota, porém Filipe tirou uma nota muito ruim. A garota era a menina mais inteligente da turma, por isso Filipe resolveu pedi-la uma ajuda no trabalho que ele iria fazer para recuperar a nota. Como você já imaginou, ela não pensou duas vezes. Aceitou ajudá-lo.
Devido ao trabalho e a convivência, agora mais íntima, Filipe percebeu que estava começando a gosta da colega. Porém antes de tudo, os dois se tornaram grandes amigos. Após alguns meses deu-se o namoro.
Os adolescentes cursavam o terceiro ano. Estava chegando o fim do ensino médio para eles. Isso fez com que eles vivessem os momentos finais do ensino médio como únicos na vida. Eles ficavam mais íntimos a cada dia e por isso os colegas desconfiavam que o casal tivesse um caso. Esses também se impressionavam com a dedicação do casal aos estudos. Parecia que o relacionamento entre Elizabeth e Filipe refletiu positivamente nos estudos. Filipe foi o mais beneficiado, é claro.
Era incrível como os dois se amavam. Onde estava o Filipe era possível encontrar a Elizabeth e tudo o que desejava a menina, o garoto batalhava realizar o desejo da amada.
Um dia o destino resolveu marcá-los para sempre. Elizabeth estava muito feliz por ter passado numa prova e ganhado uma bolsa de estudo numa faculdade. De repente o telefone toca. A garota checa o aparelho e vê que o número na tela do celular era o mesmo da casa do Filipe. Estranhamente, a moça ficou muito nervosa e não conseguiu atender ao telefone. A ligação caiu. Imediatamente ela liga para a casa do Filipe. A mãe do garoto estava inconsolada. Começou a falar a Elizabeth de forma muito tensa e desesperadora. Era uma péssima noticia: Filipe havia morrido em um acidente de carro. Ao receber a má notícia, tudo escureceu na frente da menina. Parecia o fim do mundo. Desesperada, a garota deixou o celular cair ao chão. A notícia foi como uma facada ao seu coração. Imediatamente, a garota se dirigiu para a casa do amado.
Elizabeth não queria mais ver a ninguém, depois da morte de Filipe. Ela se trancava o dia inteiro no quarto e ficava a pensar no garoto. Rememorava a popularidade do rapaz, a grande quantidade de pessoas que compareceram no velório manifestando o carinho e o apoio à família de Filipe. Naqueles gestos era possível perceber o quanto aquele garoto era querido na comunidade.
Passou-se um ano e Elizabeth começou a se conformar com perda do namorado. Ela começou a si aproximar das pessoas que lhe queriam o bem. Porém, nunca mais foi a mesma pessoa. Isso era possível observar no rosto dela. A marca a tristeza reinava impiedosamente. Ela percebera que seu amor pelo Filipe era como o vento em que não se pode vê-lo, mas é possível senti-lo.
Cinco anos depois, Elizabeth começou um rapaz que se chamava Jaime. Havia nesse rapaz algumas características que o identificava com Filipe e uma delas era o carisma. Eles se apaixonaram. Casaram-se. Tiveram três filhos. Apesar de constituir uma família, Elizabeth jamais tirou o Filipe do seu coração. Prometia a si mesma que jamais iria esquecê-lo.
Geize Alves Pereira. Ensino Fundamental
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