terça-feira, 24 de setembro de 2024

O VÍCIO

 Esta é uma história difícil de acreditar. Para muitos, um nascimento é igual a outro qualquer, mas não, cada vida tem um começo e um fim, assim como uma história. Um menino nasceu para a felicidade da família Silva, moradores da periferia de Belo Horizonte – a verdade é que eles moram em Justinópolis, Ribeirão das Neves, mas não aceita esse endereço e falam que moram em Belo Horizonte. Eles são de classe baixa, ou seja, pobres. Após o nascimento desse menino, que o nomearam por Wesley Dias da Silva,e todos ficaram mais felizes e encantados com a  beleza dele. Porém, a felicidade da família durou poucos anos. Enquanto curtiam a criança, os pais dele não imaginavam o que os deuses reservavam para eles. Não imaginavam o sofrimento pelo qual iriam passar.

Aos quatorze anos, Wesley começou a usar drogas. Eram drogas lícitas, na verdade, mas não deixavam de serem drogas. Os pais descobriram que o adolescente usava cigarro e bebia muita cerveja. Para os vizinhos da família Silva, isso não era novidade, pois há muito tempo eles haviam observado que o garoto era um freqüentador assíduo de um bar próximo à escola onde ele estudava. Quando se trata de drogas, a família sempre é a ultima a saber. A descoberta foi como uma surpresa. A noticia de que Wesley praticava o uso de drogas os deixou tristes, uma vez que o garoto não era um menino rebelde e nem dava trabalho a ninguém.

O tempo passou. Wesley casou-se com Anne Valter. Ela não se importava com o vício do marido, porém Wesley tinha consciência de que já não tinha a mesma saúde dos anos atrás. Ele resolveu buscar auxílio de um medico, pois temia que estivesse com alguma enfermidade incurável, uma vez que os problemas de saúde só pioravam. Assim começou a temer a morte.

Passaram-se uns meses e para a felicidade e tristeza de Wesley recebera duas notícias: uma dizia que a mulher estava grávida e que aos vinte e quatros anos de idade ele seria pai pela primeira vez. A segunda veio por intermédio do médico. Esse lhe informou que estava com câncer na laringe e tinha poucos anos de vida. 
A esta altura dos acontecimentos, o correto seria afirmar que o rapaz parou de fumar, mas contrariando as expectativas, ele continuou a alimentar o vício.

Passaram-se mais alguns meses e nascera o filho de Wesley. Ele recebeu o nome de Wesley Junior. Porém a alegria maior é que Wesley, o pai, continuou a vencer os desafios impostos pela morte. Porém, no dia
vinte e quatro de dezembro de mil e novecentos e noventa e três, aos trinta anos, o rapaz sofre a pior crise relacionada a doença e é levado ao hospital. O estranho é que os vizinhos imaginavam que ele havia se
curado, pois estava com boa aparência, forte e bonito, isso fazia com que as pessoas pensassem que o rapaz havia vencido o câncer. A esposa de Wesley permaneceu ao seu lado todo o tempo em que estava internado. Ela não perdia a esperança de que o seu marido recuperasse a saúde. O Juninho, filho do Wesley, também acompanhou o tratamento do pai. Ele já estava com nove anos e sofria, junto com a mãe,
vendo a debilidade da saúde do pai.

Passaram-se mais três anos e o estado de saúde de Wesley parecia alterar para melhor. Já se falava em retorná-lo a casa quando houve uma mudança radical no seu estado de saúde. Ele emagreceu subitamente e no lugar da cabeleireira restaram, apenas, algumas mechas de cabelo, o que mostrava a todos que a saúde do moço estava no fim. Por incrível que pareça, ele continuou a fumar. O vício o sufocava. Naquele estado
desesperador, ele teve uma ideia: pediu a equipe médica para chamar a televisão, para que ele pudesse fazer um apelo aos jovens; desejava que eles não prosseguissem o caminho que ele trilhara. No seu leito de morte, conseguiu gravar um apelo. Nesse, pedia ao povo que observassem o seu estado físico. Clamava aos jovens que não se deixassem levar pelas alegrias de usar de qualquer tipo de droga, pois essa alegria é momentânea e é causada pelo efeito da droga. Mesmo que o vício fosse por drogas lícitas, o resultado é sempre a doença e a morte.

Passaram-se três dias. Às sete horas da noite de uma sexta feira, treze de setembro, Wesley dá seu último suspiro. Ele fecha os olhos e morre. Assim, o rapaz entra para a história como uma das personagens que se deixaram levar à morte pelo vício do cigarro.


Leonardo Nunes Camargos – 8ª Série.

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