ATIVIDADES SOBRE PARNASIANISMO E MODERNISMO -GABARITO
Questão 01
Só a Antropofagia nos une.
Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão
mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as
religiões. De todos os tratados de paz. Tupi, or not tupi that is the
question. Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos. Só me
interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago. Estamos fatigados
de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o
enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.
ANDRADE, Oswald de. Manifesto Antropófago.
O Modernismo brasileiro foi
um movimento artístico e cultural que teve início com a Semana de Arte Moderna
de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. A partir do fragmento do ‘Manifesto
Antropófago’ e considerando o contexto sociocultural da época, o Modernismo
brasileiro buscou
A) criar padrões artísticos internacionais.
B) resgatar tradições artísticas clássicas.
C) desvalorizar culturas primitivas brasileiras.
D) manter padrões artísticos e literários vigentes.
E) estabelecer uma estética genuinamente nacional.
Questão 02
Leia o poema “Os sapos” atento
à crítica presente nele em relação ao Parnasianismo:
Os sapos
Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: - “Meu pai foi à guerra!” - “Não foi!” – “Foi!” –
“Não foi!” |
O sapo-tanoeiro Parnasiano aguado, Diz: - Meu cancioneiro É bem martelado. Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte! E nunca rimo Os
termos cognatos |
BANDEIRA, Manuel. Os sapos.
O trecho acima é um fragmento
do poema Os sapos, escrito por Manuel Bandeira e declamado por
Ronald de Carvalho, na Semana de Arte Moderna de 1922, sob vaias, assobios e
gritos do público. Com seu tom irônico e metafórico, o poema criticou
A) o grupo de autores que deixaram o parnasianismo.
B) o verso livre e as temáticas de cunho social.
C) a reflexão sobre temáticas históricas por meio da poesia.
D) a industrialização e modernização das cidades brasileiras.
E) a regularidade métrica e o apego aos padrões estéticos
europeus.
Questão 03
No fundo do mato-virgem
nasceu Macunaíma, herói da nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da
noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo
do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é
que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de
sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a
falar exclamava:
– Ai! que preguiça!...e não
dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba,
espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha,
Maanape já velhinho e Jiguê na força do homem. O divertimento dele era decepar
cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma
dandava pra ganhar vintém. E também espertava quando a família ia tomar banho
no rio, todos juntos e nus.
ANDRADE, Mário de. Macunaíma.
Mário de Andrade, em
‘Macunaíma’, sua obra em prosa de maior valor, cria a figura do ‘herói sem
caráter’. Considerando o trecho acima, é possível identificar as
características correspondentes ao projeto modernista brasileiro, exceto em
A) representação de elementos folclóricos do Brasil.
B) resgate da figura do herói clássico, épico na literatura.
C) valorização de regionalismos e linguagem coloquial.
D) destaque para elementos da cultura indígena brasileira.
E) reflexão sobre a formação da identidade do povo brasileiro.
Questão 04
Quando sinto a impulsão
lírica escrevo sem
Pensar tudo o que meu
inconsciente me grita
Penso depois: não só para
corrigir, como para
Justificar o que escrevi. Daí
a razão deste
Prefácio Interessantíssimo.
[...]
Um pouco de teoria?
Acredito que o lirismo,
nascido no
Subsconsciente, acrisolado
num pensamento claro
Ou confuso, cria frases que
são versos inteiros,
Sem prejuízo de medir tantas
sílabas, com acentuação determinada.
[...]
Pronomes? Escrevo brasileiro.
Si uso ortografia
Portuguesa é porque, não
alterando o resultado,
Dá-me uma ortografia.
ANDRADE, Mário de. Pauliceia
Desvairada. In: Poesias completas. São Paulo. Círculo do Livro,
s.d, p. 15-35.
Mário de Andrade foi um dos
expoentes do movimento modernista no Brasil, sendo o autor de ‘Pauliceia
Desvairada’, texto que serviu de base teórica para modernistas de 1922. No
fragmento, retirado do prefácio desta obra, defende-se como ideal modernista a
A) valorização do fazer poético racional.
B) manutenção da cultura clássica nas artes.
C) utilização de métrica padronizada na poesia.
D) representação da paisagem morta nas artes.
E) defesa por uma língua mais brasileira e coloquial.
GABARITO
1E2E
3B
4E
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